O governo federal vai expandir, de acordo com o Ministério da Fazenda, o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado, o PNMPO. Agora denominado “Crescer – Programa Nacional de Microcrédito”,
ele terá novas condições de financiamento, que incluem taxas de juros
menores e metas de empréstimos a serem atingidas pelos bancos públicos,
mantendo a principal característica do programa: orientação do crédito ao cliente.
CRESCER Programa Nacional de Microcrédito Apresentação_Ministro_Fazenda_24082011
O programa continua direcionado a
empreendedores informais (Pessoas Físicas), empreendedores individuais
(EI), e microempresas com faturamento de até R$ 120 mil anuais.
A principal mudança será a redução da taxa de juros, que cairá de até 60% ao ano para 8% ao ano. A Taxa de Abertura de Crédito (TAC) também sofreu redução, passando de 3% sobre o valor financiado para 1% sobre o valor do crédito.
Ao reduzir os juros do programa, o governo pretende melhorar a sustentabilidade das operações de crédito e, assim, aumentar a capacidade de produção dos microempreendedores, gerando mais emprego e renda.
O valor de cada operação de crédito, destinado a capital de giro ou investimento, pode chegar até R$ 15 mil, com prazo de pagamento pactuado entre as instituições financeiras e o tomador, de acordo com o tipo de empreendimento e uso do recurso.
Espera-se beneficiar cerca de 3,4 milhões de clientes, que deverão ser beneficiados com o Programa até o final de 2013. A carteira ativa
poderá alcançar R$ 3 bilhões, divididos entre o Banco do Brasil, Banco
do Nordeste do Brasil (BNB), Caixa Econômica Federal e Banco da Amazônia
(Basa).
O governo vai equalizar até R$ 500 milhões por ano para garantir a redução dos juros e a orientação para o crédito. Os recursos da equalização
serão pagos mensalmente pelo Tesouro Nacional, com base no número,
valor e prazo das operações contratadas pelos bancos que optarem pela
adesão ao programa.
Para que as operações comecem a ser contratadas, é necessário o
governo promulgar Medida Provisória autorizando a União a conceder subvenção econômica.
Geralmente, os bancos públicos demoram a normatizar (e facilitar)
as medidas tomadas pelo Governo em escala nacional e abrangência de
clientes almejada. Falta PPP (Pessoal Preparado e Prioridade) para a implementação.
Será dado o primeiro passo só depois de “bater-se o bumbo”, e cobrar
muito. Há o tempo físico (e cérebro) imprescindível para se criar novo sistema de tecnologia de informações que dê escala eletrônica para se registrar as concessões e cobranças de crédito.
Depois, resta o mais difícil: formarem-se os grupos de aval solidário. O microcrédito produtivo orientado exige formação massiva de agentes de crédito para catalisar esses grupos . É fundamental também pluralidade de “iniciativas particulares” para organizar tais grupos.
Além disso, obviamente, o chamado espírito microempreendedor ”não cai do céu”. Exige-se de cada microempreendedor estudar, calcular, fazer projeto e executar.
Embora seja dinheiro muito barato (“microjuro”) , e relativamente farto, não pode ser a “fundo perdido”. Não é “bolsa família”, exige compromisso com o coletivo, e não ficar só reclamando o paternalismo do Governo.
Leia mais: Microcrédito; Introdução ao Microcrédito.
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