ACOMPANHE O 11º ENCONTRO NACIONAL DA RECID AQUI OU CLIQUE AQUI!
Olé Povo rendeiro, olé povo rendá, tu me ensina a fazer renda que eu te ensino a lutar!
E no dia 14 de março inicia-se em Luziânia o XI Encontro Nacional da
Rede Educação Cidadã. Este que na verdade vem de um processo de
avaliações, reflexões conjunturais e planejamentos de todo ano de 2011.
Temos o compromisso aqui de aprovar o novo Programa Nacional de
Formação e as políticas da rede para o próximo triênio, na perspectiva
de avançarmos na construção do Projeto Popular para o Brasil.
Nosso Encontro teve início logo de manhã com a chegada dos/as
educadores/as, muitos viajando desde a madrugada mas com vontade de
rever os/as companheiros/as e de contribuir com os processos. Fomos
recebidos com muito carinho e com uma bolsa de retalho, produzidas por
mulheres de uma cooperativa de Economia Solidária de Goiânia, com todo o
material de subsídio para os trabalhos e reflexões.
Aproveitamos a tarde para afinar as conjunturas regionais das macros a
partir dos processos avaliativos vivenciados nos coletivos estaduais,
estas organizaram suas apresentações em torno das bases sociais e a
correlação de forças frente aos projetos em curso no país.
Após o delicioso jantar do CIMI, seguimos para a grande plenária de
abertura. Um pouco cansados, mas com grande curiosidade e ansiedade para
iniciarmos. O casal rendeiro, Cris (DF) e Branco (AC), com muito
gracejo acolheram os estados e os seus retalhos que vão fazer parte da
grande colcha que simboliza a unidade da diversidade da Recid. Também
acolhemos os convidados, representantes de movimentos sociais e governo
federal, que estiveram e estão aqui presentes para contribuir com o
nosso processo.
Esta noite foi o momento de abertura
política, num diálogo organizado com a participação de dois
representantes governamentais e dois representantes de movimentos
sociais. Estavam presentes com a gente Ricardo Gebrim, membro da
Assembleia Popular, Paulo Maldos da Secretaria Nacional de Articulação
Social, Salete Valesan da Secretaria de Direitos Humanos e Moema Marques
da Comissão organizadora da Rio + 20 e da Cúpula dos Povos.
O momento se iniciou com as reflexões do Gebrin, que reforçou que somos
a geração com o papel de retomar as bandeiras de mobilizações profundas
e transformação do sistema em que vivemos. Ao mesmo tempo somos
bombardeados ideologicamente que isto não é possível. Vivemos um governo
de coalizão entre a burguesia e os trabalhadores, isto só é possível
porque a conjuntura econômica é favorável, mas não se estenderá por
muito tempo. Segundo ele, a crise capitalista é profunda e será
prolongada, e ela nos atinge sim e com ela surgirá uma realidade muito
mais complexa. Afirma que este nosso governo não consegue assumir as
bandeiras de reformas estruturais, e o Projeto Popular tem este papel da
mudança profunda. Que nós movimentos sociais estamos acumulando forças e
energias para a consolidação deste outro projeto. Possuímos avanços em
experiências organizativas dos anos de 1946 à 64, possuímos um acúmulo
social histórico silencioso e muito poderoso. Porém as condições sociais
e econômicas não nos empurram para as grandes mobilizações. Por isto
além dos conjuntos de lutas, precisamos construir uma força social,
lutar pelas questões estruturais da sociedade. E por fim ele acredita
que temos um papel importante de intervenção em momentos como da
Comissão da Verdade, precisamos lutar para resgatar este trauma da
ditadura, que coloca em movimento o que há de mais reacionário em nosso
país. A nossa luta é cotidiana, não podemos ficar fechados em nossas
pautas, necessitamos sobreviver ideologicamente pautando mudanças
estruturais e ir além da correlação de forças.
A Salete
Valesan, secretária de promoção dos direitos humanos já acompanhou a
rede por um bom tempo através do Instituto Paulo Freire e reconhece a
importância do nosso trabalho de base. Ela reforçou o papel da
Secretaria de Direitos Humanos, que tem como temática prioritária a
educação para os direitos e o papel de transformar bandeiras, pautas de
movimentos e de cidadãos em políticas públicas no enfrentamento das
desigualdades. O coordenador da área de educação e direitos humanos
Claudecir Silva, esteve junto contribuindo com a Salete e indicou que
possuímos muitos núcleos de pesquisa com as temáticas dos direitos
humanos, mas precisamos aproximá-los das práticas da educação popular
para resgatarmos a dignidade e cidadania do nosso povo.
A
Moema Marques trouxe a bandeira da distancia em que vivem nós homens e a
natureza, só conseguiremos construir um projeto de justiça social se
construirmos um projeto ambiental. Ela alertou para o fato de que o
capitalismo possui um grande força de se apropriar das questões
ambientais e o que não tinha valor é transformado em mercado. “A
termologia da Economia Verde só vem a reforçar este aspecto, ela prega
que é possível mantermos o consumo ilimitado sustentável”, disse. Para
ela, o capital pretende colocar a natureza como prestadora de serviços, e
se intensifica a exploração dos recursos naturais. E é esta exploração
que permite este desenho de desenvolvimento em que vivemos em que é
possível um Governo que é Pai dos Ricos e Mãe dos Pobres, que
possibilita a concentração de renda e as privatizações e ao mesmo tempo
distribui renda parcial para a população excluída. Mas este modelo de
desenvolvimento é finito, não é possível continuarmos nesta mesma
lógica. O desafio, disse, é fazer as disputas a partir de um horizonte
político que inclui o meio ambiente e a sociedade.
O
secretário Paulo Maldos explanou o papel da Secretaria Geral da
Presidência, como ela está dividida entre a área de diálogos com a
sociedade civil, a participação popular e a educação popular. Que esta
secretaria tem o objetivo de respeitar e valorizar as pautas trazidas
pelos movimentos e disseminá-las para os ministérios e em seguida fazer a
devolutiva. Ele afirma a importância de pautar os ministérios, dos
setores populares irem além da correlação de forças, principalmente no
poder judiciário e legislativo, para seguirem vitoriosos.
Dialogamos com a abertura política e finalizamos este primeiro dia com
as famosas reuniões noturnas que organizam o dia seguinte. E o nosso
Encontro segue até dia 18 de março e nós da equipe de comunicação da
rede temos o papel de disseminar as vivências e partilhar as reflexões e
os aprendizados.
Equipe de Comunicação Popular da RECID
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