quinta-feira, 31 de maio de 2012

São Paulo vai morrer


Escrito por João Whitaker   


Sábado, 26 de Maio de 2012


As cidades também morrem. Há meio século, o lema de São Paulo era “a cidade não pode parar”. Hoje, nosso slogan deveria ser “São Paulo não pode morrer”. Porém, parece que fazemos todo o possível para apressar uma morte anunciada. Pior, o que acontece em São Paulo tornou-se infelizmente um modelo de urbanismo que se reproduz país afora. A seguir esse padrão de urbanização, em médio prazo estaremos frente a um verdadeiro genocídio das cidades brasileiras.


Enquanto muitas cidades no mundo apostam no fim do automóvel, por seu impacto ambiental baseado no individualismo, e reinvestem no transporte público, mais racional e menos impactante, São Paulo continua a promover o privilégio exclusivo dos carros. Ao fazer novas faixas para engarrafar mais gente na Marginal Tietê, com um dinheiro que daria para dez quilômetros de metrô, beneficia os 30% que viajam de automóvel todo dia, enquanto os outros 70% se apertam em ônibus, trens e metrôs superlotados. Quando não optam por andar a pé ou de bicicleta, e freqüentemente demais morrem atropelados. Uma cidade não pode permitir isso, e nem que cerca de três motociclistas morram por dia porque ela não consegue gerenciar um sistema que recebe diariamente 800 novos carros.


Não tem como sobreviver uma cidade que gasta milhões em túneis e pontes, em muitos dos quais, pasmem, os ônibus são proibidos. E que faz desaparecer seus rios e suas árvores, devorados pelas avenidas expressas. Nenhuma economia no mundo pode pretender sobreviver deixando que a maioria de seus trabalhadores perca uma meia jornada por dia – além do duro dia de trabalho – amontoada nos precários meios de transporte. Mas em São Paulo tudo se pode, inclusive levar cerca de quatro horas na ida e volta ao trabalho, partindo-se da periferia, em horas de pico.


Uma cidade que permite o avanço sem freios do mercado imobiliário (agora, sabe-se, com a participação ativa de funcionários da própria prefeitura), que desfigura bairros inteiros para fazer no lugar de casas pacatas prédios que fazem subir os preços a patamares estratosféricos e assim se oferecem apenas aos endinheirados; prédios que impermeabilizam o solo com suas garagens e aumentam o colapso do sistema hídrico urbano, que chegam a oferecer dez ou mais vagas por apartamento e alimentam o consumo exacerbado do automóvel; que propõem suítes em número desnecessário, o que só aumenta o consumo da água; uma cidade assim está permanentemente se envenenando. Condomínios que se tornaram fortalezas, que se isolam com guaritas e muros eletrificados e matam assim a rua, o sol, o vento, o ambiente, a vizinhança e o convívio social, para alimentar uma falsa sensação de segurança.


Enquanto as grandes cidades do mundo mantêm os shoppings à distância, São Paulo permite que se levante um a cada esquina. Até sua companhia de metrô achou por bem fazer shoppings, em vez de fazer o que deveria. O Shopping Center, em que pese a sempre usada justificativa da criação de empregos, colapsa ainda mais o trânsito, mata o comércio de bairro e aniquila a vitalidade das ruas.


Uma cidade que subordina seu planejamento urbano a decisões movidas pelo dinheiro, em nome do discutível lucro de grandes eventos, como corridas de carro ou a Copa do Mundo, delega as decisões de investimentos urbanos não a quem elegemos, mas a presidentes de clubes, de entidades esportivas internacionais ou ao mercado imobiliário.


Esta é uma cidade onde há tempos não se discute mais democraticamente seu planejamento, impondo-se a toque de caixa políticas caça-níqueis ou populistas, com forte caráter segregador. Uma cidade em que endinheirados ainda podem exigir que não se faça metrô nos seus bairros, em que tecnocratas podem decidir, sem que se saiba o porquê, que o mesmo metrô não deve parar na Cidade Universitária, mesmo que seja uma das maiores do continente.


Mas, acima de tudo, uma cidade que acha normal expulsar seus pobres para sempre mais longe, relegar quase metade de sua população, ou cerca de 4 milhões de pessoas, a uma vida precária e insalubre em favelas, loteamentos clandestinos e cortiços, quando não na rua; uma cidade que dá à problemática da habitação pouca ou nenhuma importância, que não prevê enfrentar tal questão com a prioridade e a escala que ela merece, esta cidade caminha para sua implosão, se é que ela já não começou.


Nenhuma comunidade, nenhuma empresa, nenhum bairro, nenhum comércio, nenhuma escola, nenhuma universidade, nem uma família, ninguém pode sobreviver com dignidade quando todos os parâmetros de uma urbanização minimamente justa, democrática, eficiente e sustentável foram deixados para trás. E que se entenda por “sustentável” menos os prédios “ecológicos” e mais nossa capacidade de garantir para nossos filhos e netos cidades em que todos – ricos e pobres – possam nela viver. Se nossos governantes, de qualquer partido que seja, não atentarem para isso, o que significa enfrentar interesses poderosos, a cidade de São Paulo talvez já possa agendar o dia se deu funeral. Para o azar dos que dela não puderem fugir.



João Sette Whitaker Ferreira, arquiteto-urbanista e economista, é professor da Faculdade de Urbanismo da Universidade de São Paulo e da Universidade Mackenzie.

terça-feira, 29 de maio de 2012

I SIMPOSIO SOBRE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL DA CANTUQUIRIGUAÇU – SIMDETEC

A Associação Cantuquiriguaçu e o Condetec, Conselho de Desenvolvimento do Território da Cantuquiriguaçu, promovem nos dias 5 e 6 de junho de 2012,  no Assentamento 08 de Junho. BR 158, Km 407, Laranjeiras do Sul/PR, com início as 8 horas, o I SIMPOSIO SOBRE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL DA CANTUQUIRIGUAÇU – SIMDETEC.

Este evento será um marco para o desenvolvimento territorial e é muito importantea participação ampla do poder público e da sociedade civil organizada.

Data: 05 e 06 de junho de 2012

Local: Assentamento 08 de Junho. BR 158, Km 407, Laranjeiras do Sul/PR

Horário de início: 8 horas

Inscrições: para receber o certificado,as inscrições deverão ser feitas no site: www.unicentro.br/simdetec ou http://eventos.unicentro.br/arrecadacao/e pagar a taxa de R$ 10,00(dez reais).

No local do evento serão servidos os lanches e almoço nos dois dias.

Pedimos a sua colaboração no sentido de fazer a divulgação e garantir aparticipação de representantes dos diversos segmentos da sociedade civil e dopoder público de seu Município.

Anexo a este estamos enviando a relação de hotéis, para os que desejarampernoitar.

Certos de podermos contar com sua participação e colaboração antecipamosagradecimentos.

CRONOGRAMA

PRIMEIRO DIA


Tema geral – DesenvolvimentoTerritorial.

8:00 horas - Credenciamento  ;

9:00 horas - Abertura ;

10:00 horas - Palestra de abertura – Dr.Bernardo Mançano Fernandes - Cátedra UNESCO de Educação do Campo eDesenvolvimento Territorial e Instituto de Políticas Públicas e RelaçõesInternacionais - IPPRI/UNESP;

11:00 horas -  Palestra – A Política de DesenvolvimentoTerritorial da SDT/MDA – Reni Antonio Denardi do MDA – DFDA/PR;

12:00 horas – Almoço;

13:30 horas - Apresentação da Propostado Desenvolvimento Territorial do Sudoeste do Paraná e experiência do pactoNova Itália e outros.  – Célio WesslerBoneti – Diretor da Agencia de Desenvolvimento do Sudoeste do Paraná;

15:00 horas - Debatedores:

UFFS – Professor Mestre Luis CláudioKrajevski – Coordenador do Curso de Ciências Econômica;

UNICENTRO - Professor Dr. Ariel JoséPires – do Departamento de Historia;

SEGUNDO DIA

Tema geral – O papel do Cooperativismopara o Desenvolvimento Territorial;

09:00 horas - Expositor Geral –Prof. Pós-doutor Sr.Antonio Andrioli – Vice-Reitor da UFFS;

10:00 Horas – Debatedores:

UFFS – Professor Dr. Pedro IvanChristoffoli;

UNICENTRO – Professora Dra. Cássia InêsLourenzi Franco Rosa;

UNIOESTE – Professora Profª Rosane Calgaro - Campus de Francisco Beltrão;

EMATER -

Plenáriade debates

12:00 horas – Almoço;

13:30 horas - Experiências do movimentocooperativo de MONDRAGON – Sr. Andréas Bedia;

14:00 horas - Experiências do MST –Prof. Dr. Pedro Ivan Christoffoli;

14:20 horas - Experiências da Rede daAgricultura familiar (CLAFS/UNICAFES) Conquistas, dificuldades encontradas epotencialidades;

14:40 horas - Território daCantuquiriguaçu – Avanços do Território e Desafios da Intercooperação  – CONDETEC – Cleusa F. Gowacki e Elemar doNascimento Cezimbra;

15:15 horas - Plenária ou grupo detrabalho;

16:15 horas – Intervalo;

16:30 horas - Lançamento do Núcleo deEstudos de Desenvolvimento Cooperativo (parceria com a UFFS e Paíz Basco –incubadora) – sustentabilidade; UFFS ;

17:00 horas –Encerramento;

Fonte: Radio Campo Aberto

Armazém Solidário de Irati será inaugurado no dia 5 de junho

Informe Publicitário da Prefeitura de Irati

No próximo dia 5 de junho, acontecerá a inauguração do Armazém Solidário de Irati, um novo espaço regional estruturado especificamente para a comercialização de alimentos agroecológicos. Localizado na Vila São João, o Armazém Solidário vai funcionar em prédio com 214,53 m2 de área construída, disponibilizando modernos equipamentos para processamento de frutas, verduras, legumes e grãos. 
 
Equipamentos

Duas balanças eletrônicas com capacidade mínima de 15 kg, uma delas com tecla de impressão de etiqueta; uma balança mecânica com capacidade mínima de 200 kg; duas seladoras a vácuo com bico de sucção central, sensor para líquidos e temperatura, mesa para embalagem de até 3 kg de produtos; seladora com bobina de até 500m; dois descascadores de legumes com capacidade mínima de 10kg; processador com capacidade de produção mínima de 150 kg/h; carrinho para transporte de caixas plásticas com capacidade mínima de 250 kg; três notebooks; duas impressoras laser com copiadora; 30 cadeiras em polipropileno; duas mesas e dois armários em madeira; balcão refrigerado com controle de temperatura por termostato; freezer com dupla função: freezer e refrigerador de no mínimo 500 litros; e mesa com tampo inox, com prateleira gradeada de aço inox.
O armazém deverá beneficiar cerca de 120 famílias do Território Centro Sul que cultivam este tipo de alimento. A cerimônia está marcada para as 15h do dia 5 de junho (terça-feira), na sede das instalações, situada à Rua Espírito Santo, 255, na Vila São João. São parceiros na concretização do projeto a Prefeitura de Irati, o Instituto Equipe de Educadores Populares, a Associação dos Grupos de Agricultura Ecológica São Francisco de Assis, o Conselho Gestor do Território Centro-Sul e a Delegacia Federal do Desenvolvimento Agrário no Paraná, que responde pelo MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário).

Convênio
A construção do Armazém Solidário e compra de equipamentos que permitirão seu completo funcionamento foram viabilizadas através de convênio entre o Município de Irati e o Ministério do Desenvolvimento.

Agrário, MDA.
O investimento total no projeto, considerando o repasse do MDA e a contrapartida municipal, é da ordem de R$ 243 mil. “Será um local de referência na venda dos alimentos agroecológicos certificados”, defende Gelson Luiz de Paula, articulador de Agroecologia do Instituto Equipe de Educadores Populares. Ele comenta que hoje há pouca quantidade destes produtos no mercado, com preços elevados. “A idéia é tornar os alimentos agroecológicos mais acessíveis e mais baratos para garantir a segurança alimentar”, afirma Gelson. Segundo ele, o Instituto Equipe e a Associação dos Grupos de Agricultura Ecológica São Francisco de Assis trabalharam em conjunto para definir as normas de funcionamento do Armazém, através da organização de reuniões com os produtores rurais. Também colaboram para esta estruturação, as entidades que fazem parte do Território Centro Sul, dentre elas, SEAB, Emater e Prefeitura.

Estrutura


Para viabilizar a venda de produtos agroecológicos embalados, in natura ou processados, diversos equipamentos adquiridos através do convênio entre o Município e o MDA fazem parte das instalações do Armazém Solidário. De acordo com Gelson Luiz de Paula “está sendo adequada a logística que permitirá o funcionamento dos equipamentos de processamento dos alimentos agroecológicos”. 


sexta-feira, 25 de maio de 2012

FMESI - Fórum Municipal de Economia Solidária é fundado em Irati.

O dia 24 de maio foi histórico para a Economia Solidária do município de Irati, pois foi fundado o FMESI (Fórum Municipal de Economia Solidária de Irati). 

Desde a Feira Regional de Economia Solidária acontecida em fevereiro de 2010 em Irati e que reuniu mais de 40 empreendimentos da região, vem acontecendo atividades para a criação de um espaço popular de desenvolvimento de estratégias da economia solidária no município de Irati. 

Mas antes disto a economia solidária já fazia parte das pautas de movimentos e empreendimentos desde 2003 quando a partir do FOME ZERO iniciaram ações para superar a fome a miséria em Irati e região por meio do projeto da “Rede de Colaboração Solidária e Soberania Alimentar” que era composta pela Pastoral da Criança, Instituto Equipe Educadores Populares, Pastoral da Juventude, Associação CORAJEM, Associação ASSIS, entre outros. 

Também em 2010 em reunião de planejamento desta rede (que no decorrer do tempo mudou sua identidade para “Rede de Educação Popular”),  foi encaminhado que a partir dos vários grupos de economia solidária e atividades existentes nos municípios que compõem a Rede (Irati, Mallet, Fernandes Pinheiro, Guarapuava, Inácio Martins) voltariam sua energia para os municípios e buscariam organizar fóruns municipais para fortalecer a base e assim não ficar dependentes das misérias de recusos que sobravam, e também para que parlamentares e gestores públicos não ficassem ”donos da economia solidária”, ou seja, para que a mesma fosse construída das bases e do movimento em formação na época, pois já havia sido feita uma lei de economia solidária em Irati sem ter passado pelo processo de discussão com os grupos que de alguma forma ou de outra praticavam a economia solidaria e participavam destas atividades. 

Em 29 de outubro deste mesmo ano foi realizado um Seminário municipal de Economia Solidária organizado pelo Projeto BRASIL LOCAL que reuniu em torno de 30 pessoas e 25 representações entre entidades, empreendimentos e gestores públicos. São eles:

8 Empreendimentos/ Grupos:
1.    Associação de Artesãos de Irati;
2.    Associação dos Grupos de agricultura Ecológica São Francisco de Assis;
3.    Ação Social Patrulha de Natureza;
4.    Grupo Mulheres Guerreiras;
5.    Clube de Mães São Francisco;
6.    Clube de Mães Vila Nova;
7.    Padaria Girasol – Corajem;
8.    Clube de Mães Jardim Aeroporto;

6 Entidades de Apoio:
1.    Guayí  - Projeto BRASIL LOCAL Feminista;
2.    AVESOL (Associação Voluntariado e Solidariedade) Projeto BRASIL LOCAL Desenvolvimento;
3.    CORAJEM (Comissão Organizadora da Adolescência e Juventude Ecumênica e Missionária);
4.    IAP (Instituto Ambiental do Parná);
5.    RECID (Rede de Educação Cidadã);
6.    CEB’s PR (Comunidades Eclesiais de Base do Paraná);

1 Gestor Publico:
1.   Escritório Regional da Secretaria de Trabalho, Economia Solidária de Irati.

Na reunião deste dia 24 de maio estiveram presentes:
7 Empreendimentos/Grupos:
1. Clube de Mães (Rosalina Malinoski);
2. Associação ASSIS de Agroecologia (Claudete dos Reis Costa);
3. ASPANA (Elenice Ap. Santos Vini e Eliane dos Santos);
4. Associação de Agritura do Guamirim (Teofilo Chebelski);
5. Grupo de Mulheres bairro Pedreira (Vicencia Ap. Ferreira);
6. Grupo Mulheres Guerreiras (Cleunice Penteado, Ana Rita Chuproski e Silvana Angelico).
7. Associação de Artesãos de Irati (Rose Andrade).

5 Entidades de assessoria:
1. UNICENTRO (Prof. Cesar Renato Ferreira da Costa);
2. Associação CORAJEM (Jesica dos Reis Costa);
3. RECID - CORAJEM (Luis Fernando dos Santos);
4. AVESOL/BRASIL LOCAL Desenvolvimento (Rodrigo Luís de Souza);
5. Guayi - BRASIL LOCAL FEMINISTA (Maria Sueli Ribeiro);


1 Gestor Publico:
1. SETS (Emanuely S. Bonfim).

A pauta da reunião foi:
1. Construção do Regimento Interno do FMESI.
2. Constituição da Coordenação Geral, Secretaria Executiva e Grupos de Trabalho.

O regimento ficou definido com 7 Capitulos e 29 Artigos que em breve estará a disposição de todos/as neste blog para apreciação.

As Equipes ficaram assim constituídas:
Coordenação geral (um Empreendimento e uma Entidade de assessoria):
1. Clube de Mães (Rosalina Malinoski).
2. Associação CORAJEM (Jesica dos Reis Costa);


Secretaria Executiva:
1. Cesar Renato;
2. Luis Fernando;
3. Rose Andrade;
4. Cleonice Penteado;
5. Ana Rita Chuproski;
6. Silvana Angelico.

Grupo de trabalho sobre marco legal (leis de Economia Solidária):
  • Cesar Renato;
  • Taís R. Denhuke;
  • Rosalina Malinoski;
  • Claudete dos Reis Costa;
  • Rodrigo Souza.

Ficou definido que esta trajetória de organização e planejamento terá continuidade na próxima reunião que acontecerá no dia 21 de junho as 14:30 na sede da Associação de Artesãos de Irati.

Veja as Fotos;