segunda-feira, 25 de junho de 2012

Comunicado Fórum Paranaense de ECOSOL


                        COMUNICADO N° 002/2012


    O Fórum Paranaense de Economia Solidária vem comunicar, por meio deste, a todos os seus membros integrantes, que, em reunião extraordinária na data de 18/06/2012, fica transferida a realização do V ENCONTRO PARANAENSE DE ECONOMIA SOLIDÁRIA,  proposto para ser realizado na data de 27 e 28 de junho de 2012.
   

A nova data de realização do V EPECOSOL será decidida em reunião extraordinária do FPES no dia 27/06/2012, em Curitiba/PR.
   

Estamos a disposição para os esclarecimentos que se fizerem necessários.

COORDENAÇÃO EXECUTIVA DO FPES

Conferência da Juventude em Irati


Contratação de Agente BRASIL LOCAL







ROCESSO SELETIVO PÚBLICO Nº 014/2012

A GUAYÍ, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, sediada na Rua José do Patrocínio 611, Bairro Cidade Baixa, Porto Alegre, RS, CEP 90050-003, torna público o presente Edital com vistas à seleção das Agentes de Desenvolvimento Solidário do Projeto Brasil Local Economia Solidária e Economia Feminista para executarem tarefas do projeto Economia Solidária e Economia Feminista, Convênio MTE/SENAES nº 723636/2009 - GUAYI.

Será selecionada 01 profissional para atuação no seguinte Estado: 01 Agente de Desenvolvimento Solidário para o Estado do Paraná;

A íntegra do referido edital poderá ser obtida no portal da entidade, a saber: www.guayí.org.br


Baixe em PDF aqui!

Sem solidariedade, não há bem-viver

De acordo com o filósofo Euclides Mance, sob a perspectiva do bem-viver, o modelo de desenvolvimento atual em vez de contribuir para a expansão das liberdades públicas e privadas, promove seu enfraquecimento, com a destruição dos ecossistemas, com o enfraquecimento da democracia frente ao fluxo de capitais financeiro, dentre outras coisas.

Segundo ele, crescimento econômico não é indicador de bem-viver. Mais: o desenvolvimento econômico na ótica do bem-viver é medido pela expansão da economia solidária, pela democratização das relações de produção sob o princípio da autogestão, pelo volume de bens e serviços gerados, distribuídos e consumidos sustentavelmente para atender às necessidades materiais públicas e privadas, e pela remontagem solidária e ecológica das cadeias produtivas, reorganizando os fluxos econômicos para que sejam de proveito de todos.
Rede Mobilizadores - Em breves linhas, em que prerrogativas está baseado o modelo de desenvolvimento convencional ou atual? Quais os seus primórdios e como se difundiu pelo mundo a fora?


R.: O modelo de desenvolvimento, atualmente hegemônico, é o capitalista. Ele parte da constatação de que a natureza, as pessoas, as sociedades e o conhecimento podem ser convertidos em fator de produção econômica e que os produtos gerados pelo trabalho devem ser convertidos em mercadoria, devem ser postos à venda nos mercados para a realização do lucro, possibilitando acumulação de valor econômico por aqueles que vencem a concorrência ao disputar esses mercados.


Assim, a natureza, as pessoas, as sociedades e os conhecimentos humanos são convertidos respectivamente em capital natural, capital humano, capital social e capital intelectual a serem utilizados no processo de produção de valor econômico com fins de lucro.


Como a lógica que preside esse desenvolvimento é maximizar a acumulação do valor econômico gerado e não a realização do bem-viver de todos,  pouco importa se a natureza reduzida a capital natural será explorada de modo a destruir o equilíbrio dos ecossistemas, exauridos em sua capacidade de autorreprodução, se os resíduos gerados contaminarão os solos, as águas e o ar; pouco importa se as pessoas qualificadas como capital humano, com conhecimentos cada vez mais específicos para operar tecnologias sempre mais complexas, ficarão desempregadas; pouca importa se as sociedades terão valores culturais milenares aniquilados em estratégias globalizadas na disputa por mercados consumidores ou na exploração de fornecedores de matérias primas, gerando a concentração de riqueza pelas corporações que penetram nessas sociedades e a exclusão econômica de populações aí residentes; pouco importa se a inteligência humana será explorada para produzir quinquilharias desnecessárias para, em seguida, se tornarem desejadas por meio da publicidade. Desde que tudo isso gere lucros. Enquanto isso, centenas de milhões de pessoas não têm acesso sequer ao essencial para viver.


Os primórdios desse modelo se reportam à industrialização capitalista e ao modo de reduzir as pessoas, natureza e sociedades a meros fatores de produção - negando valores democráticos fundamentais, ao privilegiar-se o asseguramento da acumulação ilimitada de capitais em detrimento da realização de direitos humanos. O capitalismo passou por uma fase concorrencial, seguida por uma fase monopolista, sofreu novos ajustes no período recente da globalização financeira e vai entrando na fase pós-industrial. Os signos se converteram em mercadoria que, uma vez produzidos, podem ser replicados virtualmente ao infinito, possibilitando novas formas de acumulação de valor econômico a quem detenha direitos sobre seu uso e reprodução  [1]. Desse modo, nas economias assim chamadas de desenvolvidas apenas 25% dos postos de trabalho estão no setor industrial, e menos de 4%, no setor agrícola. A maioria está no setor de comércio e serviços. Ao passo que na África Subsaariana 65% dos postos de trabalho estão na agricultura e 10%, no setor industrial. Conforme indicadores do Banco Mundial sobre Economia do Conhecimento, numa escala de zero a dez, os países pobres alcançam o índice de 1,58, enquanto os países ricos chegam a 8,50.

 
A difusão desse modelo pelo mundo afora esteve associada ao colonialismo e ao neocolonialismo, que perdurou em algumas regiões africanas até os anos 70 do século passado, e à subordinação e dependência das economias periféricas em relação aos fluxos tecnológicos e financeiros globalizados. Por outra parte, seja com políticas keynesianas no século XX e, posteriormente, com a difusão do neoliberalismo a partir da década de 1980 (desregulando as economias para favorecer a circulação dos capitais em movimentos globais), essa lógica se propagou mundialmente, tratando natureza, pessoas e sociedades como fatores de produção com vistas a alcançar metas de crescimento econômico sem levar em conta os impactos ambientais, sociais e culturais e o modo como reproduzem esse modelo fundado no princípio de escassez - em que a oferta tem de ser menor que a demanda para que haja lucro. Razão pela qual a vida útil dos produtos é encurtada, e a demanda, insuflada pelo consumismo, para que se possa vender mais para aqueles que tenham dinheiro a oferecer em troca dessas mercadorias.

 
Por sua vez, os milhões e milhões de famintos e desempregados que não têm dinheiro para comprar alimento, remédios, produtos eletrônicos ou pagar pela prestação de serviços, não são tratados como atores econômicos a serem atendidos em suas necessidades - pois a fome e a vontade de saber, desacompanhadas de dinheiro para satisfazê-las não são demandas de mercado.     

 
Rede Mobilizadores - Quais as principais críticas a este modelo?


R.: Trata-se de um modelo ecologicamente insustentável. Milhares de espécies estão ameaçadas de extinção, pela devastação dos ecossistemas em que habitam, bem como pela exploração predatória dos recursos naturais. Mas também do ponto de vista econômico e social ele é insustentável, como mostram os indicadores de pobreza, desemprego e endividamento global.


Do ponto de vista democrático, este modelo está enfraquecendo a capacidade das sociedades assegurarem as liberdades públicas e privadas eticamente exercidas, tal como a liberdade democrática de as pessoas se alimentarem, assegurada formalmente como um direito humano fundamental.


 Em 2008, por exemplo, os investidores nas bolsas de valores pelo mundo afora migraram seus investimentos que estavam lastreados em papéis que oscilavam negativamente, em razão da queda dos preços de imóveis hipotecados nos Estados Unidos, passando a investir no mercado futuro de commodities, não apenas metálicas, como ouro e prata, mas também commodities alimentares. A negociação de contratos futuros de arroz, milho, trigo e soja contribuiu para a elevação dos preços de alimentos no mundo todo. E, assim, enquanto investidores ganhavam dinheiro realizando lucros no mercado futuro de alimentos, milhões de pessoas no mundo não tinham mais dinheiro suficiente para comprar comida para sustentar suas famílias, pois o preço dos alimentos no presente subia acompanhando sua elevação nos mercados futuros.


Por sua vez, o endividamento das pessoas e dos Estados coloca a democracia como refém do capital. Se o capital financeiro não compra os títulos públicos, os Estados não têm como pagar suas dívidas. E, então, têm de oferecer juros ainda maiores por esses papéis. E, assim, a arrecadação que deveria assegurar o bem-público dos cidadãos, com a oferta de serviços públicos de qualidade pelo Estado, assegura a acumulação privada de lucro.


Desse modo, a democracia das instituições vai submergindo na plutocracia das corporações e do capital financeiro, que exige garantias sempre maiores de que irá receber retornos mais elevados para financiar os países e pessoas cada vez mais endividados - pois sem esse crédito não haverá solvência dos contratos nos mercados. E, sem isso, os capitais se vão e, com eles, se vai a possibilidade de seguir trilhando o mesmo desenvolvimento subalterno e dependente.


Para se ter uma ideia, a dívida pública em percentual do PIB saltou de 59%, em 2007, para 82,5% em 2011, na União Europeia. Em Euros, isso significou um salto de 7,3 trilhões de euros para 10,4 trilhões de euros em dívida pública em apenas 4 anos. No caso dos Estados Unidos, esse percentual é de 93,20%. No caso do Japão, essa cifra é de 220%. Isso significa que, para quitar essas dívidas, toda a riqueza produzida em dois anos no Japão deveria ser entregue ao capital financeiro; o mesmo teria de ser feito com 93% de toda a riqueza produzida nos Estados Unidos; ou com 82% da riqueza produzida na Europa. Uma investigação sobre os reais credores dessas dívidas, aqueles que detêm os títulos, e sobre os que ganham nesse mercado, facilmente nos levaria à lista das maiores fortunas no mundo e dos que têm maior ingerência no controle não democrático sobre a atuação dos Estados. 


A insustentabilidade desse modelo de desenvolvimento, como vemos, não é apenas ambiental, mas também econômica, social e política.

  
Rede Mobilizadoes - Como tais críticas se materializaram, em especial, nos países em desenvolvimento, como os latinoamericanos?


R.: Os países latinoamericanos foram integrados nesse modelo com o processo de colonização. Após as independências políticas, permaneceu a dependência econômica em relação às tecnologias e capitais externos. Inicialmente, esses países além de exportadores de produtos primários eram mercado consumidor de produtos industrializados gerados nos centros economicamente hegemônicos. Na sequência, em alguns setores, as empresas multinacionais passaram a obter maiores ganhos, implantando unidades produtivas nos países dependentes, havendo uma industrialização periférica subordinada aos projetos das matrizes centrais, aproveitando-se com isso a mão de obra barata nas periferias. Cresce, assim, o volume de operações de crédito fundadas no capital externo para manter a venda dos produtos dessas empresas estrangeiras nas periferias. E com as transformações tecnológicas que se desdobram a partir dos anos 1970, o processamento de informação possibilitou a interligação global dos mercados financeiros e a difusão de mecanismos especulativos, com a valorização de capitais em mercados de arbitragem, particularmente com ações relacionadas a ganhos com compra e venda de moedas, mas igualmente em operações especulativas com títulos públicos e em mercados de ações.

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Documento final da Cúpula dos Povos

O documento final da Cúpula dos povos sintetiza os principais eixos discutidos durante as plenárias e assembléias, assim como expressam as intensas mobilizações ocorridas durante esse período – de 15 a 22 de junho – que apontam as convergências em torno das causas estruturais e das falsas soluções, das soluções dos povos frente às crises, assim como os principais eixos de luta para o próximo período.

As sínteses aprovadas nas plenárias integram e complementam este documento político para que os povos, movimentos e organizações possam continuar a convergir e aprofundar suas lutas e construção de alternativas em seus territórios, regiões e países em todos os cantos do mundo.

Leia a carta aqui (em pdf).

Veja fotos:

quinta-feira, 21 de junho de 2012

26ª Romaria da Terra: “A diversidade camponesa cuida da terra, promove a vida”


Mandirituba, município da Região Metropolitana de Curitiba onde estão diversas comunidades faxinalenses, será cenário para a 26ª Romaria da Terra. A atividade está marcada para o dia 19 de agosto, e trará como lema “A diversidade camponesa cuida da terra, promove a vida”.

A romaria é organizada no Paraná há 26 anos pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) e reúne dioceses, paróquias, entidades parceiras, organizações dos trabalhadores do campo e da cidade.

Contatos
 Escritório da CPT em Curitiba, das 14h às 17h – falar com Daiana: (41) 3224-7433 ou pelo e-mail

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Veja matéria "Lixo e Consumo" do Programa Camara Ligada!

Banda Raimundos participa do debate.
 
O Câmara Ligada desta semana recebeu a blogueira Flávia Gomes, que escreve para o blog Verde Capital. Ela teve a oportunidade de acompanhar o debate sobre Lixo e Consumo, com a banda Raimundos, e escreveu um texto especialmente para os fãs do programa que acompanham nosso site. Segue abaixo o texto dela:

O Blog Verde Capital teve a honra de ser convidado para participar da gravação do programa Câmara Ligada, da TV Câmara. A participação estava diretamente ligada ao tema: Consumo e lixo. Participaram também o deputado Mendonça Prado (DEM/SE), a professora e arquiteta da UnB, Raquel Blumenschein, que coordena o LACIS – Laboratório do Ambiente Construído, Inclusão e Sustentabilidade da Universidade de Brasília e a jornalista Carolina Ramalhete, assessora de comunicação, mobilização e políticas públicas do Instituto Vitae Civilis. A banda convidada foi o Raimundos, que me impressionou pelo posicionamento engajado do baixista Canisso.

O programa em questão foi uma iniciativa super importante para os assuntos ambientais porque envolveu a juventude em uma discussão sobre consumo e meio ambiente. E essa relação é exatamente o que tentamos, para usar um trocadilho ambiental, plantar na cabeça da juventude, que o que ela consome, está diretamente ligado com o modo de viver que nos fez chegar a esse caminho quase sem volta no qual nos encontramos hoje.

Os jovens do Centro Educacional 06 de Taguatinga e do CEAN – Centro Educacional da Asa Norte, vindos de realidades próximas, por serem ambas escolas públicas, mas distintas, por estarem uma, na maior cidade satélite da capital federal e outra, na asa do avião e local privilegiado.

O super vídeo A História das Coisas, que nós do Verde Capital vamos morrer indicando, foi exibido para a plateia e parte da discussão do programa foi baseada nele e nas claras constatações de Annie Leonard. O vídeo é atualíssimo, mesmo tendo sido produzido em 2007. O que prova que nosso ritmo não diminuiu tanto assim, mas que, como ela mesmo fala, existem sim, iniciativas em andamento que são uma realidade e, quem sabe, no futuro próximo, estejam mais difundidas.

Digão, vocal e guitarrista da banda Raimundos, levantou uma questão interessante. Em tempos de consumo rápido a cultura também está sendo feita para ser devorada rapidamente e depois um outro, um outro e outro mais. A música também tem sua obsolescência programada. Ela é criada para aproveitar uma onda, um momento, e vemos em um tempo muito curto seu sucesso e declínio. Todos os dias surgem novas bandas com músicas de temporada, que ouvimos e meses depois nem lembramos mais da existência ou da banda que a cantou. Ao contrário de tempos antigos, como Ramones, The Clash, Led Zeppelin, Suicidal, citadas pelo vocalista e que até os dias de hoje são sucesso absoluto.

A redução do IPI foi abordada pelos jovens, como um incentivo do governo para estimular o consumo. A professora da UnB chamou a responsabilidade para nós, cidadãos e perguntou: “o que você faz com isso, como você se posiciona sobre o que o governo e o setor empresarial fazem?”. De acordo com ela, essa responsabilidade cabe a todos nós. Afinal, não é só porque o governo baixou o IPI que vamos comprar como loucos para aquecer a economia e gerar mais lixo para o planeta.

E é bem isso que pregamos no Verde Capital. Qual o papel do consumidor no mercado? A solução tem que ser trazida pronta pelos governos? E nós? É claro que o ser humano tem necessidades que precisam ser satisfeitas diariamente como se alimentar, vestir, morar, se transportar, se divertir e outras tantas dependendo dos hábitos e das culturas. Sem perceber, o indivíduo é levado a pensar que precisa daquele produto, quando, de fato, está buscando o prestígio que ele traz. Esse produto tanto não satisfaz a necessidade inexistente, como é trocado por outro a cada estação. Isso leva à irracionalidade no consumo.

Essa necessidade artificial criada pelo mercado pode ser quebrada com o consumo realizado de forma consciente. É se perguntar se realmente preciso disso que estou comprando, se esse objeto vai ficar parado no seu armário, se será comprado apenas para mostrar que você tem ou vai servir para uma necessidade real. Isso é consumo consciente. É buscar a real necessidade da compra.

Os adolescentes tem muitas dúvidas sobre esse assunto e não sabem muito bem como expressar essa dúvida, nem sobre a necessidade de crescer com sustentabilidade. E para alcançar esse objetivo, não há como fugir do tripé: economia, meio ambiente e sustentabilidade. Essas três áreas precisam andar juntas. Não dá para ter a visão romântica e ingênua de que só os hippies são sustentáveis. É possível atender as necessidades do homem, mantendo o conforto e defendendo o meio ambiente ao mesmo tempo.

Se você ocupa uma posição de destaque e precisa estar bem vestido, o que é mais sustentável: ter dois ternos caros e de qualidade, que vão durar 10 anos, ou comprar 5 mais baratos, para acompanhar a moda e trocar a cada estação?

Será que a saída é somente política, com a mudança do sistema de governo e a comparação entre os modelos capitalistas e socialistas? Para Carolina Ramalhete, assessora do Instituto Vitae Civilis, a produção sustentável, as comunidades orgânicas podem ser possíveis em larga escala. Mas não há como dizer se o futuro terá esses sistemas dominantes.
O baixista do Raimundos, Canisso falou do ativismo e jogou a responsabilidade para a juventude, desafiando aos jovens que votam a fazer direito, a votar nas pessoas certas e não desperdiçar as oportunidades de mudar.

O próprio voto se tornou mais uma “aquisição” do consumo irracional. Se o consumidor não desempenha seu papel adequadamente, porque não tem consciência do poder que possui de decidir, é manipulado constantemente pelo fornecedor, o sistema político.
Esse é um exemplo claro que a juventude deve usar seu tom contestador para mudar, exigindo a aplicação de alternativas diferentes, participando das grandes questões e da política. “É fácil cobrar sem se envolver”, desafiou Canisso.
Para Carolina não é ser contra o que está vigente, é ser a favor da mudança. Isso faz a diferença, desde o sistema político até a forma de consumo.

O deputado Mendonça Prado falou sobre o problema do lixo nas cidades. “O Brasil possui mais de cinco mil municípios, nas mais diversas localidades, com realidades completamente distintas e a escolha dos gestores públicos é de extrema importância e deve ser exercida com responsabilidade pelo cidadão”, disse. E completou a questão afirmando que o problema do gerenciamento do lixo, é de fato muito grande, mal definido, mal gerenciado e causa problemas não só para o homem, mas também a falência do sistema público.

Hoje recicla-se muito pouco, apenas em media 8%, de acordo com Raquel, a professora da UnB. 40, 50% dos resíduos vem da construção civil. Se esse lixo fosse tratado da maneira correta, poderíamos usar até 90% desse descarte reciclado. “Mas para isso, é necessário que todos dentro da cadeia façam um pedacinho”, afirmou.
Digão, dos Raimundos, disse que separa o lixo e se sente agredido quando está na estrada e alguém joga uma lata pela janela, por exemplo.

Em resumo, não apenas o consumo irracional dos bens materiais, mas o consumo dos bens imateriais
faz com que as pessoas não se preocupem com as coisas. Não se dá o devido valor às coisas, às músicas, ao pensamento propriamente dito. E tudo é feito para consumir agora. Saiu de moda, acabou e que venha a próxima!

E você, o que vai fazer com isso?

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Divulgada Programação Parcial da Cúpula dos Povos

A Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental divulgou as datas e horários das Atividades Autogestionadas de Articulação e dos Territórios do Futuro já confirmados. Esta programação é parcial e ainda não inclui as atividades culturais e de algumas tendas específicas, que serão divulgadas nos próximos dias.

Em breve será publicada a grade de programação completa da Cúpula dos Povos, com todas as atividades.

Veja nos links abaixo os dias e horários das atividades:

http://cupuladospovos.org.br/wp-content/uploads/2012/06/Programa-autogestionada-parcial-final1.pdf

http://cupuladospovos.org.br/wp-content/uploads/2012/06/Programa-Territorios-Futuro-salas.pdf

http://cupuladospovos.org.br/wp-content/uploads/2012/06/Programa-autogestionada-tendas-especificas.pdf


Por: Cúpula dos Povos

terça-feira, 5 de junho de 2012

Brasil tem 81 moedas além do real.

Desde que se tornou um agente de crédito, Francisco Holanda passou a ser cada vez mais conhecido no Conjunto Palmeiras, favela de Fortaleza (CE). O Palmas, em que Holanda trabalha, faz parte da rede de bancos comunitários. Esses bancos criaram pelo menos 81 moedas alternativas ao real, segundo a Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), do Ministério do Trabalho e Emprego.

As moedas sociais são reconhecidas pelo Banco Central como complementares ao real, e são usadas pelos bancos comunitários para estimular a economia local. Para cada moeda social liberada, os bancos devem ter uma moeda em real em caixa. Uma palma usada no Conjunto Palmeiras, por exemplo, vale R$ 1. “As palmas são aceitas em 97% das lojas do bairro”, diz Holanda.

De acordo com Holanda, os comerciantes oferecem descontos de até 10% quando o pagamento é realizado com a moeda local, o que incentiva o gasto na própria comunidade, que tem cerca de 30 mil habitantes. Quem quiser ter palmas para ganhar descontos pode trocar seus reais no banco comunitário. Esse sistema é seguido também pelos outros bancos do país.

Antônio Mendonça, coordenador da Senaes, afirma que a rede de bancos comunitários movimentaram, nos últimos 14 anos, cerca de R$ 10 milhões, sendo R$ 400 mil na forma de moedas sociais.

“A moeda é um processo de garantia à fidelização do cliente, que deixa de gastar nas grandes redes para comprar no próprio bairro”, diz. Desde que surgiram, em 1998, as notas das moedas sociais já ganharam mais segurança, como papel especial e, algumas, até marca d’água. Impressas em gráficas diferentes no país, as notas têm o custo de produção de R$ 20 mil a cada 30 mil unidades.

Desde quando foi criada, em 2003, a secretaria diz ter investido R$ 15 milhões em ações para incentivar a abertura de bancos comunitários. Porém, o governo não dá suporte financeiro após o início das operações de um banco desse tipo, cujo capital inicial vem, geralmente, por meio de doações e parcerias com empresas.

Empréstimos para consumo e negócios

Outro importante papel dos bancos comunitários, além de gerador de moedas, é o de emprestador de dinheiro. Os juros cobrados, de acordo com Mendonça, variam de 0,5% a 3% ao mês, menores que as taxas da maioria das instituições financeiras oficiais. A Caixa Econômica Federal, por exemplo, cobra juros entre 1,8% a 3,88% no crédito pessoal.

No Banco Palmas, os empréstimos variam de R$ 150,00 a R$ 15 mil, e muitas vezes são o único recurso dos moradores para pagar as contas ou comprar produtos para vender.

Para garantir uma baixa taxa de inadimplência (cerca de 1,5%), Holanda visita constantemente comerciantes, donas de casa e prestadores de serviço para saber a situação dos que já usaram ou pretendem usar o serviço de crédito.

O acompanhamento dos tomadores de empréstimos, segundo Joaquim Melo, um dos fundadores e hoje coordenador do banco Palmas, é fundamental para garantir baixas taxas de inadimplência, e também a saúde financeira de quem precisa de dinheiro.

“O crédito é importante, mas ele não pode vir sozinho, e sim acompanhado de ações complementares, como cursos, apoio empresarial e acompanhamento do uso do dinheiro”, diz.


Veja as fotos das Moedas. Clique Aqui!

Juliana Kirihata

Do UOL, em São Paulo

Campanha quer criar lei que reconheça economia solidária


CORAJEM junto a Rede de Educação Popular Aprova Projeto.

Fonte : FLD
 

Segue a lista de projetos aprovados pela Comissão de Avaliação de Projetos da FLD, reunida em Porto Alegre (RS) de 23 a 25 de maio. Conforme calendário já divulgado, o repasse dos recursos financeiros terá início no mês de julho.


Projetos aprovados - Editais I, II, III e IV da FLD

6º Encontro da Rede Regional de Educação Popular e 2ª Feira Regional de Economia Solidária e Agroecologia - Associação CORAJEM – Comissão Organizadora da Adolescência e Juventude Ecumênica Missionária - Irati/PR.

Veja lista Completa Aqui!

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Globo Ecologia - Repportagem de Economia Solidária

No Brasil, as atividades nesse novo modelo econômico ultrapassam 60 mil


Empreendimentos solidários garantem o sustento de muitos trabalhadores no país (Foto: Divulgação) 
Empreendimentos solidários são uma forma
diferente de fazer economia (Foto: Divulgação)

Eugênia Motta: 
A economia solidária se baseia na autogestão, ou seja, na ausência do sistema atual de patrões e empregados, bem como do lucro. Tudo o que é produzido numa empresa ou empreendimento de autogestão é decido pelos próprios trabalhadores e a divisão dos ganhos é igualitária. Esse modelo pode ser implantado em qualquer área econômica, “desde o comércio e a produção até as finanças e os bancos”, explica Eugênia Motta, antropóloga do Núcleo de Pesquisas em Cultura e Economia (NuCEC) do Museu Nacional – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Esta é uma forma diferente de fazer economia. A economia solidária “desafia os valores da competição e da exploração, colocando a cooperação, a solidariedade e o compromisso como os princípios de funcionamento da economia”, afirma Eugênia.
O desenvolvimento dessa nova economia conta não só com a sociedade civil, como também com o envolvimento dos governos. No Brasil, os Empreendimentos Econômicos Solidários (EES) são viabilizados e coordenados pela Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), criada em 2003 pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
“São muitos os municípios e estados em que existem políticas públicas voltadas a fortalecer a economia solidária, seja no fomento à organização de empreendimentos de redes ou na comercialização”, exemplifica a pesquisadora. Assim, com o objetivo de fazer o mapeamento da economia solidária no país, a Senaes desenvolveu o Sistema Nacional de Informações em Economia Solidária (Sies), composto por informações de EES e de Entidades de Apoio, Assessoria e Fomento (EAF).
O Atlas da Economia Solidária no Brasil mostra que as atividades coletivas nos EES totalizaram 63.497 em 2007, ano do último mapeamento divulgado. "O Sies mostra o que se acredita ser apenas uma parcela desta nova economia", observa Eugênia.
Os EES não só garantem o sustento de muitos trabalhadores em todas as regiões do país, como também oferecem uma nova maneira de ver “a relação com o dinheiro, o trabalho e o ambiente em que vivemos”, ressalta a antropóloga. “É possível garantir o sustento das pessoas com maior liberdade para trabalhar, cuidado com os recursos naturais e com a vida das pessoas acima de tudo.”
Para os que ainda não conhecem a Economia Solidária, “é importante dizer que é possível se envolver organizando empreendimentos, clubes de troca ou mesmo consumindo preferencialmente deste tipo de iniciativa”, sugere Eugênia. Práticas solidárias fortalecem economicamente as classes mais baixas da população, uma vez que o dinheiro vai para as pessoas que trabalham no empreendimento, e não, segundo a pesquisadora, “para uma empresa que depois vai acumular e remunerar grandes fortunas”.