quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Bolívia não terá Coca-Cola e McDonald's a partir de dezembro

O governo da Bolívia anunciou no último fim de semana que a filial da Coca-Cola no país será retirada em 21 de dezembro. No mesmo dia, o McDonald's deixará de operar após 14 anos de tentativas fracassadas de entrar na cultura boliviana.

O chanceler David Choquehuanca afirmou que a decisão "estará em sintonia com o fim do calendário maia e será parte da festa para celebrar o fim do capitalismo e o começo da cultura da vida".

"O 21 de dezembro é o fim do egoísmo, da divisão. Esse dia tem que ser o fim da Coca-Cola e o começo do mocochinche [suco de pêssego]. Os planetas se alinham depois de 26 mil anos. É o fim do capitalismo e o começo da vida comunitária", disse, em ato com o presidente Evo Morales.

A decisão é argumentada pelo governo pelos males provocados pelo refrigerante à saúde dos consumidores, incluindo associação a infartos, derrames e câncer caso haja consumo diário.

No dia 13, Morales já havia prometido o fim da bebida ao anunciar uma festa em uma ilha no lago Titicaca, na fronteira entre a Bolívia e o Peru, no dia 21 de dezembro, que celebra o fim do calendário maia.

Fonte: Humanos

Movimento de Economia Solidária comemora o Dia Nacional com encerramento da V Plenária Nacional

Por Secretaria Executiva do FBES

O Movimento Nacional da Economia Solidária encerrou nesta quinta-feira (13) a V Plenária Nacional de Economia Solidária, em Luziânia-GO, comemorando também o dia nacional da Economia Solidária (15), com a leitura da carta final da plenária no ato político de encerramento.
O momento contou com a presença de mais de 14 movimentos sociais nacionais, Deputada Erica Kokay representante da Frente Parlamentar de Economia Solidária, Professor Paul Singer pela Secretaria Nacional de Economia Solidária e Ministro Gilberto Carvalho pela Secretaria Geral da Presidência da República. A leitura da carta final da V Plenária foi realizada por Márcia Lima, representante do Fórum Brasileiro de Economia Solidária.
Todos os que participaram deste processo saíram com sua militância e projeto político fortalecido, definindo com consistência e profundidade o projeto político do movimento de economia solidária, além de definições de orientações de ações e sobre organicidade.
 
 
Acesse o vídeo do ato político final em: https://www.youtube.com/watch?v=w9UoaXdqczQ
O ato foi aberto pela grupo Bate Palmas, com uma linda música
Parabéns povo guerreiro
presentes nesta plenária
Nós estamos construindo
uma prática libertária
que se chama economia
economia solidária
(...)

Segundo o professor Paul Singer, que homenageou o evento, destacou que a "economia solidária é uma revolução pacífica porque é democrática, esta plenária inaugura uma nova etapa da economia solidária, rumo aquilo que nós trabalhadores e trabalhadoras queremos".

O Ministro Gilberto Carvalho homenageou os trabalhadores e trabalhadoras da economia solidária, destacando a caminhada do projeto socialista e trazendo uma reflexão sobre a importância das empresas públicas e a limitação do governo, aonde as riquezas ainda estão a serviço e de posse das elites. "O movimento de economia solidária busca espaço e cria uma nova forma de produção rumo a um novo tipo de economia solidária, vocês são proféticos e precisam do reconhecimento do estado e do governo". Também destacou a luta em 2011 frente ao PL 865, e afirmou que "nós teremos o ministério da economia solidária, há uma grande abertura do governo Dilma para isso", o que foi saldado pelos participantes.

Os movimentos e redes sociais presentes, dentre eles destacamos, o Movimento Indígena, Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis, Movimento Quilombola, Articulação Nacional de Agroecologia, Via Campesina, Marcha Mundial de Mulheres, Articulação de Mulheres Brasileira, Comissão dos Pontos de Cultura, CUT Nacional, Faces do Brasil, Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral, Fetraf, Comissão Pastoral da Pesca e Rede Saúde Mental, tiveram sua fala em um lindo cordel construído conjuntamente. Na sequência uma mística com o anel de tucum firmou o compromisso com cada um/a dos presentes, simbolizando o compromisso com a causa, com a vida e a justiça.

As mulheres também realizaram um ato contra o machismo, o capitalismo, a exploração e o patriarcado. E a grande bandeira da economia solidária foi aberta e saudada por todas e todos participantes.

No ato de encerramento final também estiveram presentes as Secretárias de Juventude, de Desenvolvimento Territorial/MDA, de Políticas Especial para as Mulheres, BNDES e Conab.https://www.youtube.com/watch?v=w9UoaXdqczQ

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

"A vida é um sopro" - releia entrevista de Oscar Niemeyer à BBC Brasil

Comunista "desde que nasceu", o arquiteto Oscar Niemeyer, morto nesta quarta (dia 5) aos 104 anos , dizia ver o homem como "um ser completamente abandonado", e que entendia a vida como "um sopro, um minuto" - justificando assim sua falta de interesse pelo dinheiro.

Essas afirmações foram feitas durante uma entrevista a Isabel Murrey, da BBC Brasil, em 2001, por conta do aniversário de 41 anos da construção de Brasília. Niemeyer falou sobre arquitetura, Brasília, sua relação com o ex-presidente Juscelino Kubitschek, comunismo e carreira. Disse que gostaria de ser lembrado não como uma pessoa famosa, mas como alguém que passou pela Terra como todos os outros.

Pergunta: Como foi a criação de Brasília?
Oscar Niemeyer - Brasília começou na Pampulha (conjunto arquitetônico de Belo Horizonte), em 1938. Nessa ocasião, fui chamado para fazer o conjunto da Pampulha, e durante três anos trabalhei com (o ex-presidente) Juscelino (Kubitschek) lá. Foi o primeiro trabalho que ele realizou como homem público e também meu primeiro trabalho como arquiteto. Na Pampulha eu comecei essa arquitetura que mais me agrada, mais livre, mais ligada à curva, mais emocional, procurando a invenção arquitetônica.
E como a Pampulha fez muito sucesso, tempos depois, quando resolveu fazer Brasília, Juscelino foi me procurar na minha casa nas Canoas. Ele me contou que iria construir a nova capital, que seria uma cidade fantástica, que tinha que fazer tudo em três anos, e a coisa começou... A primeira vez que ele foi a Brasília, eu fui junto, de avião, com os ministros dele. E eu fiquei espantado, achei longe demais, o fim do mundo. E realmente quando começaram os trabalhos e tive que ir para Brasília, era uma solidão terrível. A gente não tinha comodidade nenhuma para viver, ficava nuns barracões de zinco. Mas havia entusiasmo, vontade de fazer a coisa. E Juscelino se empenhava, estava presente.
O sonho de Juscelino, que Brasília levasse o progresso ao interior, se realizou. Outro dia fui a Goiânia e vi. Essa cidade durante a construção de Brasília era um arrabalde, uma cidadezinha qualquer, hoje é uma cidade grande, com progresso, prédios grandes, parques, cinema, tudo. É que a ideia de levar o progresso para o interior realmente se realizou. Agora o resto é que Brasília foi um momento de entusiasmo, de otimismo, e isso foi muito bom pra nós. E ficou essa idéia, que pela primeira vez se fez uma cidade em três anos. Deu uma idéia ao povo brasileiro que nós podemos fazer qualquer coisa.
 
Pergunta: Quanto o senhor ganhou para fazer Brasília?
Oscar Niemeyer - Eu ganhava em Brasília salário de funcionário. Então eu fechei meu escritório e Brasília só me deu prejuízo. Uma noite, durante os trabalhos, Juscelino me ligou e disse "Niemeyer, você está ganhando muito pouco, eu quero que você faça os projetos do Banco do Brasil e do Banco de Desenvolvimento Econômico pela tabela do Instituto de Arquitetos". Eu disse: "Não, não faço. Sou funcionário, não faço trabalho que não seja os que tenho que fazer aí mesmo." E esse foi o clima sob o qual Brasília foi feita - de muito entusiasmo, de muito desinteresse por dinheiro.

Pergunta: Se Brasília fosse construída hoje, o que seria feito diferente?
Oscar Niemeyer - Ah, não sei... Se tivesse mais tempo seria diferente, ela foi feita às pressas. Talvez eu propusesse fazer somente os prédios governamentais e hotéis. Porque quando chegou nessa fase de fazer a cidade, com ruas e tudo, a arquitetura se desmereceu um pouco. Mas ficou esse exemplo. Quem quiser criticar Brasília, tem poucos argumentos. Primeiro, porque foi fantástico construir uma cidade em três anos. E segundo porque quem for a Brasília, pode gostar ou não dos palácios, mas não pode dizer que viu antes coisa parecida. E arquitetura é isso - invenção.

Pergunta - Que importância teve o arquiteto francês Le Corbusier no seu trabalho?
Oscar Niemeyer - Acho que ele foi um arquiteto muito importante. Mas a minha arquitetura foi diferente, muito diferente da dele. A dele era mais pesada, predominância do ângulo reto... Acho que a única influência que eu tive dele foi no dia que me disse: "Arquitetura é invenção". E isso eu tenho tomado como norma quando faço um trabalho. A preocupação é fazer diferente.

Pergunta - O senhor ainda é comunista?
Oscar Niemeyer - Eu nasci comunista. Meu avô foi ministro do Supremo Tribunal por muitos anos. Quando ele morreu, só ficou a casa em que morávamos, hipotecada. Por isso tenho muito respeito pelo meu avô Ribeiro de Almeida, porque ele foi um sujeito importante na vida pública, mas morreu teso. Eu não dou a menor importância a dinheiro. Nem à própria vida. A vida é um sopro, um minuto. A gente, nasce, morre. O ser humano é um ser completamente abandonado...

Pergunta - Não é anacrônico, no ano 2001, continuar com idéias comunistas?
Oscar Niemeyer - Não. O ridículo é criticar isso. Porque a idéia do comunismo está lá. Existe, foi criada por Lênin, por Stalin. Transformaram matéria de mujiques (camponeses russos) na segunda potência, foram à Lua, venceram a guerra... Quem venceu a guerra não foram os americanos, foram os comunistas, foi o Exército de Stalin que reagiu. Essa ideia está no coração do povo soviético. O comunismo que vai vir depois não é esse comunismo que alguns dizem que vai ser diferente. É o comunismo dos que conheceram um período de mais apoio, de ter sua casa, num clima mais plural, esse é o regime que eles querem.
Não quero discutir Stalin. Eu acho que quem pode dizer se Stalin foi bom ou ruim é o povo soviético. Há pouco tempo esteve em meu escritório um homem que está lutando pela volta do comunismo. Quando o vi muito desenvolto, eu perguntei "E Stalin?". Ele disse: "Estamos de acordo com tudo o que ele disse e que ele fez". Mas esse negócio de Stalin não é comigo. Só tenho a ver com a vida brasileira, com o povo brasileiro. Não acredito em globalismo (globalização), não acredito em nenhuma dessas invenções dos americanos. Só acredito que eles querem invadir a Amazônia. O homem não consegue viver como devia viver, solidário, nesse espaço tão curto que a gente tem para passar por aqui, sem pedir a ninguém e com tanto problema.

Pergunta - O tema das curvas é sempre recorrente em suas obras...
Oscar Niemeyer - A curva no concreto surge naturalmente. Se você tem que vencer um espaço grande, a curva é a solução natural que o concreto armado pede. E o mundo é cheio de curvas. Até já fiz um verso elogiando as curvas...

Pergunta - Como o senhor quer ser lembrado - como o arquiteto de Brasília?
Oscar Niemeyer - Como um ser humano que passou pela Terra como todos os outros - que nasceu, viveu, amou, brincou, morreu, pronto, acabou!

Coca-Cola no Brasil tem 66 vezes mais chances de causar câncer

De acordo com estudo, refrigerante vendido no país é o mais 'contaminado'. Coca-Cola repetiu que o corante usado em todos os seus produtos é seguro

Fonte Site: em.com.br
Fernanda Borges
Publicação: 27/06/2012 09:31Atualização: 27/06/2012 10:18
Um estudo divulgado nessa terça-feira pelo Center for Science in the Public Interest (CSPI), uma organização norte-americana da área de nutrição e segurança alimentar, voltou a colocar a Coca-Cola na berlinda. O estudo mostrou que o refrigerante fabricado no Brasil tem 66 vezes mais substância suspeita de ser cancerígena do que a bebida nos Estados Unidos.

Além do Brasil, a entidade também mostrou que o refrigerante vendido em nove países, pode provocar câncer, devido à presença "alarmante" da substância 4-MEI, um subproduto do chamado caramelo 4, que dá a pigmentação às bebidas. A substância foi incluída em uma lista de agentes cancerígenos depois que pesquisa do Programa Nacional de Toxicologia dos Estados Unidos indicou a conexão entre o 4-MEI e o desenvolvimento de câncer em ratos.


A situação só é diferente no estado da Califórnia, onde a substância química praticamente foi eliminada. Segundo o CSPI, amostras da Califórnia examinadas recentemente mostravam apenas 4 microgramas de 4-MI por lata da bebida. O estado agora exige um alerta no rótulo de um alimento ou bebida se houver a chance de o consumidor ingerir mais de 30 microgramas por dia. Nas amostras brasileiras, havia 267 microgramas de 4-MI por lata. Já na Coca-Cola do Quênia, foram registrados 177 microgramas e 145 microgramas em amostras adquiridas em Washington.

Em resposta ao estudo, a Coca-Cola voltou a afirmar que a companhia já determinou aos fornecedores de corante caramelo que modifiquem o processo de fabricação do produto. A Coca-Cola também afirmou que empresa tomou a iniciativa, apesar de acreditar que não há risco para a saúde pública que justifique a alteração na composição do refrigerante.
 

Governo do PR não colabora com redução das tarifas de energia


O líder da bancada de Oposição, deputado Tadeu Veneri (PT), disse nesta quarta-feira, 5, que o governador Beto Richa (PSDB) faz uma política contrária aos interesses da população ao recusar, por meio da Copel, a antecipação da concessão de geração de energia elétrica em troca de uma tarifa mais baixa. Veneri lembrou que as companhias que rejeitaram a proposta são de estados administrados por governadores eleitos pelo PSDB. A paulista Cesp, a mineira Cemig e a Copel recusaram a proposta do governo. A Copel renovou apenas parte dos contratos de transmissão, que venceria em 2015.

Com a decisão desses estados, a previsão inicial do governo da presidente Dilma Rousseff (PT), que era de uma redução média do custo da energia de 20,2% para o setor industrial e de 16% para consumidores residenciais, deverá ser revista. Para a faixa residencial, a queda deve ficar em 10%. “Não lutamos para ter uma Copel pública para que servisse aos interesses dos paranaenses, não apenas para dar espaço e cargos políticos para amigos do governador”, criticou o deputado.
Veneri afirmou ainda que o governo paranaense está adotando uma política equivocada. “Ele está privilegiando uma parcela de acionistas, que já são setores privilegiados da sociedade. E, ao mesmo tempo, prejudica a população e os empresários que precisam de energia mais barata. A única preocupação do governador parecer ser manter os índices de lucratividade dos acionistas”, afirmou. 

Fonte: Site Tadeu Veneri