A
realização do Simpósio ocorre em um momento muito peculiar da sociedade
brasileira, onde os índices do uso de agroquímicos e dos organismos
geneticamente modificados na produção de alimentos são alarmantes e as
crises cíclicas de abastecimento vinculadas aos conglomerados
agroindustriais em detrimento das produções regionais/locais são
frequentes. Em contrapartida, abrem-se possibilidades concretas de
abastecimento de alimentos às estruturas públicas, além de uma demanda
crescente da sociedade por alimentos de base ecológica nos mais diversos
canais de comercialização.
Este evento resgata os debates promovidos no âmbito nacional, especialmente na IV Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e no World Nutrition Rio 2012,
cujas discussões evidenciaram a problemática do atual padrão alimentar
da população brasileira, caracterizado pelo consumo excessivo de
alimentos ricos em açúcar, sal e gorduras provenientes da indústria
alimentícia, e pela ingestão insuficiente de frutas, legumes e verduras,
ricos em fibras, vitaminas e minerais. Tal situação atinge todas as
classes sociais refletindo desfavoravelmente no estado nutricional e,
consequentemente, nas estatísticas das doenças crônicas não
transmissíveis como obesidade, diabetes, hipertensão e outras.
Outro
fator que interfere negativamente no consumo alimentar é o mercado
publicitário de grande impacto. A obrigação do Estado é proteger a saúde
da população e garantir informações precisas. Para isso, necessita-se
de políticas públicas que desenvolvam medidas regulatórias que imponham
limites para a propaganda de alimentos, que muitas vezes não informa
sobre os malefícios do consumo excessivo de determinados alimentos. Ao
contrário, a publicidade de alimentos dá uma ideia equivocada sobre a
qualidade nutricional e vende alimentos ricos em açúcares e gorduras
como se fossem saudáveis.
Coordenação Científica do Simpósio
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