sexta-feira, 20 de agosto de 2010

AGENTES DO BRASIL LOCAL PARTICIPAM DA 25° ROMARIA DA TERRA


"...ROMARIA DA TERRA FAZ O POVO REUNIR

NUMA LUTA SEM GUERRA
NÓS LUTAREMOS POR TI...

A TERRA É SAGRADA FEITA
POR NOSSO SENHOR

ELE FEZ E DEU AO HOMEM

E TAMBEM NOS ENSINOU
QUE É NELA QUE VIVEMOS E A ELA ABENÇOU
É TÃO LINDA A NATUREZ
A É OBRA DO CRIADOR
DEUS NOS DEU A INSPIRAÇÃO
HOMEM FEZ A PLANTAÇÃO
FOI ASSIM QUE COMEÇOU..."
A!"

As romarias da terra e das águas, mais de 20, que acontecem Brasil afora, são manifestações religiosas que contagiam milhares de pessoas. A maioria delas é promovida pela Comissão Pastoral da Terra. Elas se caracterizam por ser um espaço privilegiado em que fé e vida se mesclam profundamente e onde o clamor do povo do campo se faz ouvir. Com as romarias, a CPT entrou no universo do povo.

Elas são realizadas de diversas formas e em espaços diferentes. Algumas em locais de romarias populares tradicionais, outras em lugares que a luta e a conquista do povo tornaram sagrados. As romarias da terra e das águas são o templo do encontro do divino com o humano, são grandes celebrações que manifestam e constroem a unidade da igreja.

As caminhadas da terra romperam o ciclo vicioso das romarias tradicionais, centradas no individualismo, na busca do conforto ao coração, do transcendente e, que, por isso, aconteciam ao redor do santo e do altar. As romarias da terra introduziram ainda como elementos centrais a Palavra e a vida do povo, e, por isso elas sempre tiveram um cunho profético de denúncia da realidade de opressão vivida pelos trabalhadores e trabalhadoras do campo e das injustiças que contra eles se cometem. Elas buscam através da fé e do elemento religioso a transformação da sociedade, a construção do Reino de Deus.

Elas também romperam as barreiras do espaço estritamente católico e adquiriram - em alguns lugares com mais expressão e, em outros, com menor - um caráter ecumênico envolvendo pessoas de outras denominações cristãs e de outras crenças. As romarias da terra se tornaram, ainda, nos últimos anos, das águas. Elas incorporaram mais este elemento fundamental na vida da pessoa, tentando conscientizar a todos sobre o valor da água - essencial para a sobrevivência da espécie humana e da natureza, e alertar para a sanha capitalista que quer torná-la mais uma mercadoria.

As romarias da terra e das águas não se resumem à celebração em si, normalmente elas são precedidas de um processo de preparação das comunidades camponesas que participam. Para isso, sempre é elaborado material que inclui a história do lugar onde vai ocorrer a Romaria, e celebrações são realizadas para ajudar a preparar o espírito para a melhor participação. Para refletir sobre o significado e o conteúdo das romarias, a CPT já realizou dois seminários. O primeiro em julho de 1986 e, o segundo, em agosto de 2002.

No dia 15 de agosto foi realizada, a 25° Romaria da Terra no Municipio de Adrianopolis, com o tema, "Quilombo resistencia de um povo, territorio de vida."

.Foi um dia de muita celebração e partilha, onde cada um levou seu alimento, e partilhou com o campanheiro, relembrando a passagem biblica da multiplicação dos paes e dos peixes.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

FORMAÇÃO, JUVENTUDE E

A 2ª etapa da EAPJ aconteceu nos dias 23, 24 e 25 de julho em Irati.

Na sexta-feira iniciamos as atividades com uma mística na qual refletimos as causas dos dois projetos que estão presentes em nossa sociedade hoje: projeto de vida (anúncios) X projeto de morte (denúncias). E em seguida fizemos uma conversa sobre o Plebiscito Popular do Limite da Propriedade da Terra, baseados em uma apresentação de teatro, vídeo e cartilha do Plebiscito.

No sábado, o tema trabalhado foi Espiritualidade, na qual teve como assessoria Rodrigo Souza do Projeto Brasil Local/Avesol e Recid-PR. Através de vídeos e trabalhos em grupo foi refletido a mística e espiritualidade ecumênica e sua essência para o trabalho coletivo, e para encerrar o dia foi realizado a caminhada dos lutadores e lutadoras do povo.

E no domingo, o tema foi afetividade, com a assessoria da Mara, na qual participa do Projeto Rede da Vida e da Recid-PR. Através de muitas dinâmicas refletimos a afetividade no nosso dia-a-dia e no trabalho em grupo.

Após o almoço também tivemos uma apresentação cultural do grupo de violão do bairro Vila Nova, na qual fazem parte do Projeto “Juventude da Comunidade Gera Nova Sociedade”.

Nesta etapa, contamos com a presença de quatro companheiros de grupos e projetos de Curitiba e que descreveram sua participação através do texto abaixo:


IR A TI, PARA NA SOLIDARIEDADE, VENCER DOR E MEDOS:

Na fria tarde do dia 24 de Julho de 2010, chegamos a cidade de Irati, no Paraná. Lucimara Camargo (a Mara), educadora Popular das CEBs-Pr e da RECID-Pr e coordenadora do Projeto Rede da Vida em Curitiba; A Salete Bagolin, também das CEBs-Pr e da direção do CEFÚRIA; e a Francisca Santiago da Pastoral da Criança e atual Conselheira Tutelar na Regional Boqueirão em Curitiba; e eu João Santiago Poeta e Militante, educador popular das CEBs-Pr e Coordenador Nacional da RECID-Pr.

Chegamos e fomos calorosamente acolhidos (as) na Escola Municipal Tancredo Martins, onde já acontecia a atividade com quarenta e cinco jovens e podemos presenciar uma bela apresentação do grupo que trabalhava o tema: Espiritualidade e Afetividade.

Em Irati tem um belo trabalho organizado em torno da Associação CORAJEM, Comissão Organizadora da Adolescência e Juventude Ecumênica e Missionária. Cristiane, atual presidente, é exemplo do que é a CORAJEM. Cristiane é uma liderança no meio da juventude de Irati.

Assim como sua irmã Laís, segunda secretária da Associação coordena e lidera importantes processos de emancipação e protagonismo da juventude, a partir da Educação Popular e da Economia Solidária. É significativo o fato de as duas lideranças serem fruto de uma realidade que permanece válida, apesar de muitas vezes ignorada.

Jovens evangelizando jovens. Jovens forjando jovens na luta pelo mundo menos feio com o qual Paulo Freire sonhou. Pois a CORAJEM é herdeira das CEBs e do CEBI, trabalha com a leitura popular e orante da bíblia e tem forte inserção na Igreja.

Na noite do sábado, dia 24, em que chegamos, após a acolhida e a apresentação citada acima, um difícil banho naquele frio e o jantar, houve uma importante celebração cultural.

Todos (as) saímos do salão, cada um (a) com uma vela acesa na mão e cantando o hino Wandré. “Para não dizer que não falei das flores”. Quando essa música foi composta se tornando o hino da abertura democrática, e eu a ouvia e a cantava, juntamente com meus irmãos e outros companheiros, em São Paulo, enquanto os helicópteros militares sobrevoavam o estádio da Vila Euclides no ABC paulista, nenhum daqueles jovens tinham, se quer, nascido. Mas, simbolicamente, aquela música dizia algo muito nosso. Das duas gerações ali representadas. “Vem, vamos embora, que esperar não é saber. Quem sabe, faz a hora, não espera acontecer”. Este era o clima no grupo de jovens de Irati e região, sob a coordenação da CORAJEM.

A primeira parada da marcha foi para homenagear Zumbi dos Palmares, líder da libertação dos negros no quilombo dos Palmares; na segunda estação de nossa procissão fizemos memória de Margarida Alves, Mulher nordestina, trabalhadora rural, morta vítima de da violência do latifúndio e do machismo; na terceira parada saudamos Chico Mendes, sindicalista e líder dos siringueiros do Acre, covardemente assassinado na frente de sua casa em Xapuri, cidade onde nasceu no dia 22 de Dezembro de 1988; na quarta parada lembramos Irmã Doroti Stang, religiosa norte-americana, morta por fazendeiros no município de Anapu-Pará no dia 12 de Fevereiro de 2005; na quinta estação de nossa via sacra, celebramos a vida e a memória de Ernesto Rafael Guevara, o CHE, guerrilheiro e revolucionário argentino, mártir latino-americano, também morto por lutar pela libertação dos povos latino-americanos, no dia 09 de Outubro de 1967, executado pelo soldado boliviano Mário Terán, a mando do Coronel Zenteno Anaya; Nossa última parasda, naquela noite fria, mas cheia calor jovem, foi para uma reflexao sobre o mestre Paulo Freire. O andarilho da esperança e da utopia, que nos deixou um legado de esperança, regado pelo diálogo com nossa espécie.

A cada parada a jovem e liderança da CORAJEM, Laís, fazia a leitura de um breve texto sobre cada personagem. Tambem cantavamos uma música que nos lembrava a caminhada e a luta do povo brasileiro e latino-americano por sua libertação. Assim, cantamos, além do hino de Wandré, Maria, Maria; Terre, planeta água; Comandante Guevara; Sem medo de ser mulher; Eu só peço a Deus. Foi muito lindo ver aqueles (as) jovens, marchando na procissão em homengam aos mártires do povo.

No Domigo às 08h30 quando nos reunimos denovo no salão para a oficina sobre afetividade, cuja responsabilidade se acessorat era de Mara, já estávamos em casa. A juventude de Irati é sem dúvida uma importante referência para toda a juventude brasileira. Os coordenadores deste processo em Irati, Rodrigo Luiz de Taís Denhuque, certamente semtem-se desafiados a manter este projeto. Por isso, fazem mil malabarismos para garantir sua sustentabilidade. Parceiras locais, com prefeituras e secretarias, parceria com a RECIS-Pr, com o Programa Brasil Local, Secrtaria Nacional de Economia Solidária, etc. O próprio espaço, uma escola municipal, que estaria ociosa naquele final de semana, ou periodo de férias é um exemplo a ser seguido. O cuidado que o grupo tem na preservação do patrimônio também constitui-se importante elemento pedagógico de reflexão e aprendizado.

É uma verdadeira escola de cidadania, de conscientização e de profecia. Escola de solidariedade. É assim qu desconstuimos os mitos de dominação e os medos implócotos na pedagogia da dominação. É assim que derrunamos por terra os preconceitos contra a juventude e formamos uma nova geração. Parabens a todos (as) das comunidades de Irati e região. Todos e todas que, mesmo nao tendo o nome citado, têm a mesma importância e os mesmos méritos. É assim que sonhamos em mutirão e continuamos dizendo que é importante sonhar. E, como dizemos na RECID, “ o povo que ousa somhar, comstrói um Brasil popular”.

Curitiba, 26 de Julho de 2010.

João Santiago – Teólogo, Poeta e Militante.

poesiaemilitancia@yahoo.com.br

htpp://poetaemilitante.blog.terra.com.br

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

POEMA DA MILITANTE ANDRESSA


ILUSÃO É A REALIDADE EM QUE VIVEMOS!

Para mim realidade e viver em um mundo justo , eo nosso projeto "juventude da comunidade gera nova sociedade"
eo nosso sonho de fazer a diferença e mudar a realidade deste mundo opressor e assustador que nos obriga a sermos quem NÃO QUEREMOS ser!
Para mim ilusao é aceitar o sistema , é continuar com inocencia de criança e achar que tudo acabara bem, e achar que eu nao sou capaz de MUDAR, de MELHORAR e de fazer a DIFERENÇA.
REALIDADE ea criança que neste momento esta nascendo, ILUSÃO é pensar que ela nao tera escolha e vivera em um mundo desumano onde o individualismo toma conta das pessoas, e é saber que o nascimento nao e visto mais como algo DIVINO.
ILUSÃO e achar que uma roupa "de marca" te fara mais importante, e ver um AGRICULTOR abandonando o campo em busca de "UMA VIDA MELHOR" , e ouvir aquela velha frase "Voce precisa estudar para ser alguem na vida", nada disso voce precisa estudar para adquirir conhecimento, posição social nao te tornara alguem MELHOR , mais sim o carater e o que voce sente, ou um varredor de rua nao e ninguem por que varre o chao em que voce pisa! SINTO MUITO MAIS SE VOCE PENSA DESTA FORMA VOCE VIVE UMA ILUSÃO. (Andressa)

" O mundo esta do geito que esta por que as pessoas preferem viver sua vida INDIVIDUAL e aceitam o sistema, a opressao , eo a esploracao. EU acredito que e possivel MUDAR o mundo e voce ACREDITA? " Andressa Martini de Lima

UM SONHO QUE SE SONHA SÓ E APENAS UM SONHO MAIS UM SONHO QUE SE SONHA JUNTO VIRA REALIDADE"